Corrida 1
Este sábado, o Nürburgring Nordschleife, o “Inferno Verde”, que é um dos circuitos mais difíceis do mundo, recebeu pela segunda vez a dupla jornada do WTCC.
No final da semana a Honda teve péssimas notícias. Todos os carros oficiais e o Honda privado da Zengõ Motorsport foram excluídos dos resultados das duas corridas na Hungria e Marrocos, por irregularidades no fundo plano dos Civic WTCC. A Honda apelou a decisão e os resultados originais das corridas mantêm-se de forma provisória.
José María López (#37) bateu o recorde do circuito, com uma volta em 8:35.541, assinando a pole position para a corrida 2, com Yvan Muller (#68) em 2º, seguindo-se Tom Coronel (#9) e Norbert Michelisz (#5).
No MAC3, a Honda bateu a Citroën, tudo porque a marca francesa deu instruções a López para abrandar, para não ficar com o combustível abaixo do mínimo necessário para as verificações técnicas.
A grelha foi invertida para a corrida 1, e Tiago Monteiro (#18), 10º na qualificação, ficou na pole position, com Mehdi Bennani (#25) ao seu lado na primeira linha, com Thed Björk (#62) e Nick Catsburg (#10) na segunda linha.
No arranque, Monteiro bateu Bennani com facilidade a caminho da curva 1. Mais atrás, os Citroën oficiais ganhavam posições muito rapidamente, com Muller a subir ao 4º lugar e López a subir para 5º, depois de terem arrancado de 8º e 9º, respetivamente.
Durante a primeira volta, Monteiro conseguiu uma pequena margem de segurança para Bennani, que se defendia com unhas e dentes de Björk.
A pressão de Björk deu resultado na zona de Eschbach-Brünnchen. Nessa série de curvas, Bennani foi largo e perdeu posição para Björk. Muller também aproveitou o erro do marroquino e passou para o 3º lugar. Pouco depois, a caminho de Schwalbenschwanz, López colocou-se por dentro e subiu ao 4º lugar. No final da volta, Bennani caiu de 2º para 7º.
Björk não ficou no 2º posto por muito tempo, porque no início da segunda volta o seu Volvo teve problemas com a presão do óleo, e o sueco não teve outra opção senão ir para a garagem.
Monteiro continuava na frente mas tinha agora Yvan Muller no 2º lugar, e a aproximar-se rapidamente, sobretudo nas zonas rápidas, e ainda trazia López consigo.
No final da segunda volta, a vantagem em reta dos Citroën foi evidente, com López a ficar muito perto de Muller, e ambos a ganharem muito tempo a Monteiro. Muller ainda tentou passar Monteiro, mas o português bloqueou a manobra, obrigando Muller a abrandar, depois de ter tocado ligeiramente na relva.
Na curva 1, na última volta, López, ao atacar Muller por fora, comete um erro. Tom Chilton (#3) vinha no 4º lugar e ainda passou o argentino por breves instantes. Eventualmente, López recuperou o 3º lugar e tentava voltar a estar colado a Muller.
Tom Coronel, que vinha num excelente 5º lugar, rebentou um pneu a alta velocidade em Schwedenkreuz, e o seu Chevrolet foi de encontro às barreiras. O holandês conseguiu limitar os danos no seu carro, mas ficou fora de prova.
Monteiro tinha conseguido alguma margem a Muller, que voltava a ter López colado à sua traseira, mas o Inferno Verde não iria perdoar na fase final para Monteiro e Muller.
Na zona rápida de Kesselchen-Mutkurve, Monteiro saiu inesperadamente da trajetória, possivelmente graças a mais um rebentamento de um pneu (os pneus deram dores de cabeça durante o fim de semana a alguns pilotos), foi para a relva e bateu na barreira. Yvan Muller tentou evitar o contacto mas acabou por bater no Honda. Ambos ficaram com os carros bastante danificados e ficaram fora de prova. José María López, esse, conseguiu por um triz evitar este acidente. Felizmente, Monteiro e Muller ficaram bem, passando no hospital para fazerem exames.
Até ao final, López teve a companhia de Chilton, mas o argentino não cedeu e venceu a corrida. Uma vitória com alguma sorte à mistura, mas vencer no Nordschleife não é para todos.
Apesar de não ter conseguido a vitória à geral, o segundo lugar de Tom Chilton deu-lhe a vitória entre os Independentes, com Norbert Michelisz em 3º, completando o pódio. Seguiram-se Robert Huff (#12), que fez uma bela recuperação da última linha da grelha, depois de ter sido obrigado a trocar de motor, e Mehdi Bennani a terminar em 5º.
Uma nota para Sabine Schmitz, a “Rainha do Nürburgring”, que terminou no 10º lugar, somando um ponto.
01 |
José María López |
02 |
Tom Chilton |
03 |
Norbert Michelisz |
04 |
Robert Huff |
05 |
Mehdi Bennani |
06 |
Hugo Valente |
07 |
Gabriele Tarquini |
08 |
Fredrik Ekblom |
09 |
Nicky Catsburg |
10 |
Sabine Schmitz |
Corrida 2
Para a segunda corrida, que não teve Tiago Monteiro, Yvan Muller e Tom Coronel, todos com os carros demasiado danificados para participar, José María López partiu na pole, Norbert Michelisz em 2º, Tom Chilton em 3º e Nick Catsburg em 4º. A Honda até deu a hipótese aos seus pilotos para não fazerem a segunda corrida, para evitar rebentamentos de pneus, mas os pilotos tomaram a a decisão de fazer a corrida.
Michelisz arrancou muito bem e bateu López na chegada à curva 1. Catsburg não arrancou tão bem e caiu para 6º. Por outro lado, Robert Huff (#12) fez um bom arranque e passou para o 4º lugar.
López não seu deu por vencido e fez uma ultrapassagem fantástica no Michael Schumacher-S, por fora, e recuperou a liderança. A partir daqui, López ficou numa classe à parte, ganhando tempo a Michelisz. No final da primeira volta, López tinha uma vantagem superior a dois segundos para Michelisz.
Esta corrida foi um pouco mais monótona do que a primeira, mas ainda haviam lutas interessantes, com a mais importante a ser pelo 3º lugar, com Tom Chilton a fazer os possíveis para se manter na frente de Rob Huff.
A vantagem de Chilton em Döttinger-Höhe era evidente, e ao mesmo tempo conseguiu afastar-se de Huff e aproximou-se dramaticamente de Michelisz. López abrandou um pouco no início da última volta e a sua liderança, de quase quatro segundos, foi reduzida para menos de um. Apesar da aproximação de Michelisz, López parecia ter a situação controlada.
A diferença entre López e Michelisz manteve-se sempre abaixo de um segundo. Atrás deles, Huff estava desesperadamente à procura de passar Chilton, e teria que o fazer antes da longa reta. O campeão de 2012 não conseguiu passar e Chilton afastou-se em Döttinger-Hohe.
José María López voltou a vencer. O argentino limpou o fim de semana e, apesar de ainda faltar muito campeonato, será necessário um enorme esforço dos rivais para o apanharem até ao final da temporada, e se a penalização para os pilotos da Honda se confirmar, López ficará com uma vantagem quase inalcançável.
Norbert Michelisz teve um bom desempenho nas duas corridas, e na segunda somou um segundo lugar, com Tom Chilton em 3º, vencendo novamente nos Independentes. Robert Huff foi 4º e Mehdi Bennani foi 5º.
O campeonato segue para a Rússia, com as corridas a realizarem-se no Moscow Raceway, em Moscovo.
01 |
Jose Maria Lopez |
02 |
Norbert Michelisz |
03 |
Tom Chilton |
04 |
Robert Huff |
05 |
Mehdi Bennani |
06 |
Nicky Catsburg |
07 |
Fredrik Ekblom |
08 |
Thed Bjork |
09 |
Gabriele Tarquini |
10 |
Hugo Valente |
Classificação no campeonato:
Jorge Covas