2016 marca o início de uma nova era no ETCC. Os novos regulamentos que foram estreados este ano permitem que o europeu ser uma verdadeira porta de entrada para o WTCC. Para além da vinda do campeonato a Portugal, sendo uma estreia absoluta em território nacional, temos mais um motivo de interesse nesta competição. Fábio Mota iniciou-se este ano no europeu de turismos aos comandos de um Seat Leon TCR da Lema Racing dando seguimento a sua carreira num campeonato internacional.
Fábio Mota é natural de Vila Nova de Gaia e iniciou a sua carreira nos kartings, tendo evoluído para os fórmulas (Fórmula Júnior FR 2.0) passando logo de seguida para os GT´s e por fim os turismos. Foi Vice-Campeão da Categoria 3 (Clio Cup II) no PTCC em 2009, vencedor da Taça de Portugal de Carros de Turismo no Circuito da Boavista (SEAT León SuperCopa) em 2011, vencedor da Taça de Portugal de Circuitos e do Iberian Supercars Trophy na Categoria GT4 (Aston Martin Vantage) em 2012 e vencedor do Rookie Trophy da Clio Cup España em 2014, entre outras condecorações. Mota é um nome forte da praça nacional com provas dadas que agora tenta o dar o passo a nível internacional.
Recordamos algumas das respostas que o piloto nos deu há uns meses atrás e acrescentamos outras respostas que o piloto nos deu mais recentemente, dando conta da sua preparação para a prova de Vila Real
Como surgiu a oportunidade de correr no ETCC?
Já há algum tempo que tenho vindo a seguir esta competição e este ano a FIA e o Eurosport Events fizeram um esforço para a tornar ainda mais apelativa, o que foi conseguido com um calendário mais europeu que visita Nurburgring-Nordschleife e Vila Real e acompanha o WTCC em quatro eventos. Para além disso, o vencedor do ETCC participará num evento europeu do WTCC, o que é uma possibilidade muito apelativa e o pacote de transmissões televisivas é muito bom, o que é importante para dar retorno aos meus parceiros comerciais.
Face a todas estas condições acabei por conseguir reunir as ferramentas necessárias para aceitar o convite da Lema Racing para participar no ETCC.
Quais são os objectivos para 2016?
É o meu primeiro ano no ETCC, uma competição completamente nova para mim em todos os sentidos, carro novo e muitos circuitos que desconheço. Tendo isto em conta, o objectivo é ambientar-me bem a esta nova competição e aproveitar todas as oportunidades para alcançar bons resultados.
Está a pensar dar o salto para o WTCC no futuro?
Antes de mais, tenho uma temporada numa nova competição pela frente. Estou completamente concentrado no ETCC, em realizar a minha adaptação a um novo ambiente e em afirmar-me neste panorama. O WTCC é um campeonato que encaro com muito interesse, mas sabemos que não é fácil lá chegar. No entanto, se tiver uma oportunidade, é claro que a vou aproveitar.
Como será correr em Vila Real, no seu país natal numa competição internacional?
É claro que será um momento único para mim, dado que vou estar a representar Portugal numa competição de âmbito europeu frente a um público tão apaixonado como aquele que marca presença em Vila Real. Estou certo de que serei alvo do apoio da imensa mole humana que costuma estar ao longo do circuito e isso será, evidentemente, muito especial. Espero poder retribuir com bons resultados.
Que balanço faz da sua participação no ETCC até este momento?
A minha participação no ETCC tem sido positiva. O campeonato é uma ferramenta muito eficaz de visibilidade, através da aliança com a Eurosport Events. É uma grande diferença, como piloto, sentir um grupo tão forte por trás e o fato do nível de organização da FIA ser muito exigente leva com que todos os intervenientes dêem o seu melhor. O pódio no SlovakiaRing e o andamento demonstrado em Nürburgring faz com que eu esteja satisfeito pela aposta no ETCC em 2016. Acima de tudo, tenho de estar agradecido, em parte, ao ETCC pelo nome Fábio Mota estar cada vez mais presente no desporto automóvel.
Como tem decorrido a adaptação ao Leon TCR? O que acha da Máquina e onde precisa de ser melhorada? Quais são as características principais do carro?
O Seat Leon TCR é um carro fantástico. Tem um período de habituação que deve ser respeitado, mas depois de perceber a sua “ciência” dá muito gozo aos pilotos que têm a oportunidade de o conduzir. Com a especificação 2016 eu penso que o Seat Leon é atualmente o TCR mais completo e competitivo. No meu caso, que corro com a versão 2014, o upgrade para a nova caixa Sadev será fundamental, mas para já, só temos prevista essa evolução para a corrida de Imola, em Itália. O que mais impressiona no Seat Leon TCR é a sua capacidade de curvar rápido e com muita estabilidade. Os travões estão a um nível muito bom, onde quem conseguir tirar partido, fará a diferença no cronómetro.
O facto de conhecer o traçado poderá dar lhe alguma vantagem? Sente que é um dos favoritos à vitória em Vila Real?
Eu já corri em Vila Real 5 vezes (2007, 2009,2010,2014 e 2015). Este fato dá-me confiança para encarar da melhor forma o desafio de 2016. Sei que tenho boas possibilidades para fazer um bom resultado. Obviamente, a vitória está no meu pensamento, mas tenho de respeitar os meus adversários, que têm boa capacidade de adaptação e vêm bem preparados para esta corrida, pelo fato de valer a dobrar em termos de classificação para o campeonato.
Quais serão os maiores desafios que irá enfrentar na pista?
A pista de Vila Real é única porque em mais nenhum circuito em Portugal se sente o público tão próximo. Dar um bom espetáculo a todos os presentes será o maior desafio. Ninguém paga um bilhete para ver piloto e máquina a rodar abaixo do seu limite. Por isso, todas as curvas e retas serão o nosso desafio, porque acima de tudo, como pilotos, queremos deixar uma marca e vontade para que as pessoas recordem a edição de 2016 e regressem no ano a seguir.
A sua preparação diferiu muito do habitual para esta prova?
A preparação física é essencial num circuito como Vila Real, que tem poucos momentos de descanso. Tudo se passa rápido, curva após curva, reta após reta. As temperaturas costumam ser elevadas, dentro dos carros, por isso estar fresco e com a mente limpa é fundamental. O treino de simulador é importante, como parte da preparação. Apenas em Vila Real, temos a nova versão da pista na GT COMPETIZIONE, que eu já tive oportunidade de testar, juntamente, com o Rafael Lobato.
Tem alguma mensagem para os fãs que se vão deslocar a Vila Real?
Gostaria imenso de, além da “prata da casa” e do Tiago Monteiro, sentir que o povo Vila-Realense e, não só, me apoiassem e me dessem forças para efetuar uma boa prestação. Da minha parte, tudo farei para deixar na pista o melhor de mim, porque tenho um carinho muito especial pela vila, onde já tive oportunidade de conhecer pessoas fantásticas, desde os tempos do Karting aos Automóveis. Sejam como sempre são, simpáticos, acolhedores e bastante dedicados e de certeza que teremos CIRCUITO DE VILA REAL por muitos anos. Por último, um obrigado especial ao Município, à FPAK e à TVI por colocarem cada vez mais VILA REAL nas “bocas do mundo”.
Tivemos o privilégio de falar já algumas vezes pessoalmente com o Fábio Mota e a sua postura e simpatia não nos deixaram indiferentes. É verdade que dizemos isto várias vezes mas não temos culpa…Temos a sorte de encontrar pilotos fantásticos e muito acessíveis e o Fábio Mota é sem dúvida daqueles pilotos que vale a pena conhecer pessoalmente. O nosso placard é simples… 37 para a vitória para uma corrida (temos de dividir com o Manuel Pedro e o Fábio não se deve importar). Estamos a torcer por ti!
Chicane Motores